domingo, 18 de setembro de 2011

Usina nuclear inacabada é transformada em parque de diversões

A usina atômica de Kalkar, na região Norte da Alemanha, começou a ser construída em 1972 - a mais moderna do mundo se tivesse sido inaugurada.
Na Alemanha, uma usina nuclear inacabada foi transformada em parque de diversões.

Na margem direita do rio Reno, a presença de uma usina nuclear não mete medo em ninguém. Se existe radiação aqui é de pura alegria. O lugar é tão inofensivo que chega a receber 600 mil visitantes por ano. Gente que vem só pra se divertir.

A usina atômica de Kalkar, na região Norte da Alemanha, começou a ser construída em 1972 - a mais moderna do mundo se tivesse sido inaugurada.

Uma série de protestos provocou atraso nas obras, e quando a usina estava quase pronta, em 1986, aconteceu o maior desastre nuclear da história, em Chernobyl, na Ucrânia. Após 25 anos, a fábrica de energia elétrica está gerando diversão.

Brinquedos para dar frio na barriga. Para deixar meio tonto e até molhado da cabeça aos pés. Tudo como em qualquer grande parque. Ou melhor, quase tudo.

A maior atração do parque atômico de Kalkar é um exclusivo chapéu mexicano. Fica dentro da gigantesca torre de resfriamento dos reatores nucleares.

No começo só se vê parede, mas quando chegamos ao topo - a 80 metros do chão - a visão é de perder o fôlego.

“Vim passar meu aniversário aqui com os amigos”, diz um menino de 7 anos.

“Eu vim me divertir junto”, revela o pai. “É bom para criança e também para marmanjo.”

O gerente do parque conta que o patrão dele - dono de um ferro-velho - comprou a usina pelo equivalente R$ 5 milhões.

A ideia era aproveitar apenas as peças de metal que estavam abandonadas aqui. Mas a construção era tão imponente, tão grandiosa, que merecia mais.

A sala do reator virou um teatro. Os demais prédios, hotéis e restaurantes. E ainda restou um espaço para um museu, onde foi preservada a história de Kalkar: além ver uma turbina de perto, os visitantes podem assistir a um vídeo sobre a construção da usina que custou o equivalente a R$ 2,5 bilhões e que geraria eletricidade para abastecer até 4 milhões de residências.

Hoje, quem voa no chapéu mexicano vê - ao longe - que a solução encontrada para substituir a usina é bem mais ecológica e muito, muito mais segura.
Fonte: Jornal Nacional